quinta-feira, 30 de abril de 2015

Falando sobre a Endometriose...


O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, sensível às alterações do ciclo menstrual, e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.

É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.

Sintomas:

Alguns sintomas indicam que a mulher pode ter endometriose. São eles:

  • Cólica menstrual forte;
  • Dor na relação sexual;
  • Dor entre as menstruações;
  • Infertilidade;
  • Dor ao defecar ou ao urinar;
  • Sangramento na urina ou nas fezes; 

Diagnóstico:

O diagnóstico não é fácil. Muitas vezes, a mulher demora para procurar o médico, apesar dos sintomas. Estudos mostraram que pode-se levar de sete a oito anos para se chegar ao diagnóstico. A confirmação da doença é feita por vídeolaparoscopia, com visualização das lesões e com a biópsia mostrando endométrio nas lesões retiradas.

Tratamento:

A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos. Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos. Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.

Recomendações:
  • Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher. Procure o ginecologista e descreva o que sente para ele que ele oriente o tratamento;
  • Uma forma de acompanhar os sintomas e conseguir passá-los com exitadão para seu Ginecologista, é utilizar algum dos aplicativos existentes para Smartphones, onde você consegue anotar tudo que acontece durante o seu ciclo menstrual;
  • Faça os exames necessários para o diagnóstico da endometriose, uma doença crônica que acomete mulheres na fase reprodutiva e interfere na qualidade de vida;
  • Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença;
  • Saiba que a endometriose está entre as causas possíveis da dificuldade para engravidar, mas a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.

Todo cuidado com a sua saúde é pouco, eu sofri por anos com os sintomas da endometriose, e demorei muito até diagnosticá-la. Hoje, após realizar a videolaparoscopia e retirar os focos da endometriose, minha qualidade de vida melhorou e muito... Por isso, não deixe para amanhã, procure seu médico e relate seus sintomas!!

Beijos, Mariana!! 

sábado, 25 de abril de 2015

Sindrome do Ovário Policístico (SOP)



O que é SOP?

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários, que fazem com que eles aumentem de tamanho. Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal.


Sintomas:

Ciclos irregulares, menor frequência de ovulação e dificuldade para engravidar podem ser características comuns da síndrome dos ovários policísticos. O distúrbio ainda favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e obesidade. Quando há excesso de hormônios masculinos, os sinais observados são:


  • Crescimento anormal de pelos nas regiões do baixo ventre, seios, queixo e buço;
  • Aumento da oleosidade da pele e aparecimento de espinhas e cravos;
  • Queda de cabelos;
  • Aumento do peso;
  • Manchas na pele, principalmente nas axilas e atrás do pescoço

Diagnósticos:

O diagnóstico depende de uma avaliação completa, que exclua variáveis como problemas com a tireóide ou a glândula supra-renal. O exame de ultrassom, isolado, não é suficiente para fornecer o diagnóstico acertado da Síndrome. Para investigar as causas da irregularidade menstrual ou das manifestações androgênicas, os médicos costumam pedir os seguintes exames:
  • Dosagem dos hormônios FSH, LH, Estradiol, TSH, S-DHE, Testosterona total, 17-OH progesterona (entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual)
  • Curva de insulina associada à curva de glicemia.
  • Ultrassom pélvico


Tratamento:

É uma síndrome que pode ser controlada por medicamentos. Estes variam de acordo com o quadro de sintomas da paciente e suas complicações. A utilização de anticoncepcionais hormonais como pílulas, anéis vaginais, implantes protegem os ovários contra a formação dos microcistos e diminuem os níveis de hormônios masculinos e de insulina. Mulheres que planejam engravidar também devem utilizar anticoncepcionais hormonais, em um primeiro momento do tratamento, para regularizar a menstruação.
A suspensão do anticoncepcional depois da regularização dos ciclos menstruais aumenta a chance de ovulação e gravidez. Outra forma de intervenção para aumentar as chances de gravidez são os produtos indutores da ovulação. Quando a portadora da SOP apresenta altos níveis de insulina os médicos usam medicamentos específicos para reduzir a produção dessa substância. Na presença de gravidez, tais medicamentos podem ser usados até a 36ª semana de gestação.
Para conviver bem com a SOP, é fundamental realizar uma mudança no estilo de vida. Uma alimentação balanceada, rica em vitaminas e minerais é o primeiro passo. A prática de atividades físicas regularmente também é uma ferramenta poderosa para conviver em paz com a síndrome, já que ela se agrava por certos fatores, tais como obesidade, diabetes e colesterol alto.
Perder peso quando se tem a SOP favorece a queda das taxas dos hormônios masculinos e com isso, melhora a função ovariana e a diminuição dos danos à fertilidade feminina, causados pela enfermidade. Além disso, ao diminuir a taxa de hormônios masculinos, os sintomas como acne, pelos no rosto e cólicas também são atenuados.




Dica:

A Síndrome do Ovário Policístico não pode ser evitada. Mas diagnóstico e tratamento precoces ajudam a evitar complicações como infertilidade, síndrome metabólica, obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Percebendo algum dos sinais relatados acima, converse com seu Ginecologista.




Beijos, Mariana


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Por que escrever em um blog??

Sempre tive o sonho de ter filhos, e com o passar dos anos essa vontade vem aumentado. Casei a cerca de um ano, e eu e meu marido sempre conversamos sobre essa questão, mesmo antes, quando apenas namorávamos. Só que esse sempre foi um assunto meio distante e que poderia esperar mais alguns anos. 
Desde muito nova (tive minha primeira menstruação muito cedo) sofria com cólicas e fluxo menstrual intensos, além de um ciclo menstrual extremamente irregular. Descobri a SOP - Síndrome do Ovário Policístico e logo iniciei o uso de Anticoncepcionais para o tratamento da mesma. Durante anos convivi com as cólicas, fluxo intenso, ciclo irregular, disfunção hormonal (que me causava muita acne) e diversas trocas de anticoncepcional, na tentativa de controlar esses sintomas. Mas sobrevivi (rsrsrsrs), e depois de muitas tentativas, conseguimos controlar a SOP.
Quando estava com 25 anos, perdi minha mãe devido a um câncer no útero e desde então, por recomendação médica, iniciei um acompanhamento Ginecológico mais constante. E foi em uma dessas consultas que descobri meu primeiro mioma uterino, e com o passar dos anos veio o segundo, o terceiro... até que chegamos a cinco, todos relativamente pequenos.  E as cólicas voltaram, e o ciclo irregular também, mesmo com o uso correto do anticoncepcional. Então tive minha primeira hemorragia mais grave, com direito a 6 horas de internação na maternidade e derivado de morfina na veia para tentar aliviar as dores.
Depois de muitas consultas com diversos ginecologistas diferentes, e sem conseguir resolver o meu problema, cheguei ao Dr Ivo Luiz Pasinato Junior, Ginecologista e Obstetra aqui em Florianópolis, e de cara ele levantou a hipótese da Endometriose (sim, não basta a SOP e os miomas, eu precisava ter mais algum probleminha no útero). Fui encaminhada por ele para uma consulta com a Dra Juliana Rodrigues Zanatta, um anjo em forma de médica, especialista em videolaparoscopia, que depois de ver todos os meus exames e ouvir todo o meu relato concluiu que o melhor a fazer seria recorrer ao procedimento cirúrgico. 
Cirurgia realizada com sucesso, dois focos de endometriose, uma aderência com o intestino e cinco miomas retirados... Chegou a hora de pensar nos filhos (já que tudo isso pode voltar, a cirurgia não é um tratamento definitivo, e já estou com quase 31 anos)... Só preciso esperar os 6 meses de recuperação do pós cirúrgico.
E por isso tudo, decidi escrever um blog, para dividir minhas dúvidas, minhas angústias, minhas experiências... falar um pouco sobre todos esses problemas, sobre o procedimento cirúrgico e também sobre o desenvolvimento da gestação (que ainda não aconteceu), sobre os tipos de parto, e sobre o desenvolvimento da criança (já que sou Fonoaudióloga e estudei muito sobe o assunto).
Enfim, esse é um espaço para discussão e troca de experiências, seja muito bem vinda e vamos iniciar esse contato!!!

 Aguardo sugestões de temas que achem interessantes!!

Um beijo grande, Mariana