domingo, 24 de maio de 2015

Infertilidade feminina, suas causas e tratamentos!!!

O que é Infertilidade?
A primeira coisa que devemos saber é que a fertilidade do ser humano é relativamente baixa. Um casal apresenta uma chance de engravidar de cerca de 20% ao mês. Assim, é comum haver algum tempo entre o início das tentativas de engravidar e a gestação, o que levanta a primeira questão: quando um casal deve pensar em infertilidade?

Causas
A etapas do processo reprodutivo precisam estar em perfeito funcionamento para ocorrer a gravidez. As principais fases são a ovulação, a captação do óvulo pela tuba, a fertilização deste pelo espermatozoide e, por fim, a implantação do embrião formado no útero.

Portanto, as principais causas de infertilidade são:
  • Distúrbios hormonais que impedem ou dificultam o crescimento e a liberação do óvulo (ovulação);
  • Síndrome dos ovários Policísticos;
  • Problemas nas trompas ou tubas uterinas;
  • Endometriose;
  • Problemas no colo do útero;
  • Idade.
Ressalta-se que 10% dos casais não apresentam uma causa clara para explicar a infertilidade, mesmo após investigação completa (infertilidade sem causa aparente). Por outro lado, cerca de 20% dos casais apresentará problemas tanto na mulher como no homem, o que explica a importância de sempre investigar ambos. A seguir detalhes dos fatores que levam a infertilidade feminina.

Fatores femininos
A ovulação é o processo no qual o óvulo, armazenado dentro dos ovários, é liberado mensalmente. Mulheres que ovulam normalmente apresentam menstruações regulares, muitas vezes precedidas de sintomas pré-mentruais (conhecidos como tensão pré-menstrual ou TPM). Por outro lado, aquelas que não ovulam adequadamente, apresentam menstruações irregulares, associadas, em alguns casos, ao aumento de pelos e acne. Esta última situação é tipicamente encontrada em mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos (falta de ovulação e ovários com múltiplos microcistos). Outras doenças também podem estar envolvidas, como tumores produtores de prolactina, hipotireoidismo, tumores produtores de androgênios e deficiências enzimáticas raras.

Além disso, a redução da quantidade e da qualidade dos óvulos também é uma causa importante de dificuldade de engravidar. Este processo está diretamente relacionado a idade, pois os óvulos, ao contrário dos espermatozoides, não se multiplicam e se esgotam. Nos dias atuais, quando a gravidez é cada vez mais postergada, este problema é extremamente importante.

Após a ovulação, é na tuba uterina que ocorre a fertilização, ou seja, o encontro do espermatozoide com o óvulo. O embrião é formado e transportado até o útero. Esta etapa depende do perfeito funcionamento das tubas, órgãos extremamente delicados. As alterações tubárias podem ser evidentes, como na obstrução bilateral, ou mais sutis, como nas aderências e nas distorções. Estas alterações são secundárias a processos inflamatórios/infecciosos ou a endometriose.

No útero, ocorrerá a implantação do embrião. Os problemas mais comuns que podem afetar esta etapa são a presença de miomas, pólipos, malformações uterinas e aderências (ou sinéquias uterinas). São causas menos comuns de infertilidade.

Por fim, a endometriose é uma doença cada vez mais relevante, pois sua freqüência vem aumentando nas últimas décadas. É caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é o revestimento interno do útero e local onde ocorre a implantação do embrião. Quando não há gravidez, o endométrio descama-se, ocorrendo a menstruação. O problema ocorre quando o endométrio se desenvolve em outros locais. Os órgãos onde mais encontramos estes implantes são os ovários, as tubas e o peritônio (revestimento interno do abdome), mas também podem atingir o intestino, o ureter e a bexiga. Os dois sintomas principais da endometriose são dor e infertilidade. A dor geralmente ocorre na menstruação e/ou na relação sexual.

Diagnóstico de Infertilidade
Apesar de parecer complicada, a investigação deve ser objetiva e direcionada às principais causas que levam a infertilidade. Além disso, vale ressaltar: a investigação é sempre do casal, nunca apenas da mulher ou do homem.
Na mulher, os testes básicos incluem, a avaliação da ovulação (história menstrual e dosagens de hormônios), o estudo das tubas (histerossalpingografia) e avaliação do útero (ultrassonografia transvaginal). O diagnóstico de endometriose, quando há suspeita, envolve exames de sangue e de imagem (ultrassonografia com preparo intestinal).
Apenas quando necessário, utiliza-se testes mais avançados como a ressonância magnética, a laparoscopia, a histeroscopia e a avaliação genética.



Tratamento de Infertilidade
Antes de pensar em qualquer tratamento de reprodução humana, existem orientações fundamentais a qualquer casal que queira engravidar. Inicialmente, é necessário realizar exames ante-natais, como sorologias para HIV, hepatite B e C, sífilis e rubéola. Além disso, no intuito de reduzir o risco de algumas malformações, está universalmente indicada a suplementação com ácido fólico para mulher. Em relação a fertilidade, o casal deve manter um peso adequado, hábitos saudáveis de vida e, em caso de tabagismo, tentar parar (ja falamos sobre isso num post anterior)

Após a investigação da causa da infertilidade, inicia-se, quando indicado, o tratamento adequado. Este pode ser feito através de cirurgias ou de procedimentos clínicos. A nomenclatura dos procedimentos que são usados no tratamento do casal infértil varia de acordo com cada serviço ou Sociedade Médica. As técnicas de reprodução humana incluem: a relação sexual programada (coito programado), a inseminação intra-uterina e a fertilização in vitro (FIV). Em muitas situações, há mais de uma opção de tratamento. Nestes casos, dentre os fatores que determinam a escolha exstem: idade da mulher, tempo de infertilidade, fatores associados e desejo do casal.

  • Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico está indicado em algumas causas de infertilidade. São exemplos os miomas, os pólipos ou as malformações uterinas, as alterações tubárias corrigíveis e a endometriose. Atualmente, dá-se preferência aos procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia e a histeroscopia.

  • Relação sexual programada (Coito programado)

A relação sexual programada é indicada para a mulher que tem problemas na ovulação. É o tratamento mais simples em reprodução humana. A primeira etapa é a indução da ovulação, que é feita com medicações tomadas por via oral ou aplicadas por injeções subcutâneas. Neste período, o crescimento dos folículos ovarianos (cada folículo contém um óvulo) é controlado por exames de ultrassom. Quando os folículos atingem um tamanho adequado, aplica-se uma última medicação, que deflagra a ovulação propriamente dita. As relações sexuais são programadas e o teste de gravidez é feito após 14 dias. A chance de gravidez com este tratamento é em torno de 15% por ciclo (ou tentativa). Apesar de parecer limitado, deve-se lembrar que é um tratamento simples e que praticamente iguala a chance de engravidar a um casal infértil a de um casal fértil.

  • Inseminação intra-uterina
A inseminação intra-uterina é indicada para o casal em que o homem tem uma alteração leve a moderada do sêmen. Também pode ser usada em casos em que não se encontra o fator da infertilidade (infertilidade sem causa aparente) ou quando há alterações leves. É um tratamento intermediário em reprodução humana. A indução da ovulação é feita de maneira semelhante a relação sexual programada. No entanto, em vez da relação sexual propriamente dita, faz-se a injeção do sêmen processado dentro do útero da mulher, utilizando-se um catéter delicado. O processamento seminal tem como objetivo separar os espermatozoides com boa motilidade. O teste de gravidez é feito após 14 dias. A chance de gravidez com este tratamento é em torno de 15 a 20% por ciclo (ou tentativa). Novamente, é semelhante a chance por ciclo de um casal sem alterações.

  • Fertilização in vitro (FIV)

A FIV está indicada para inúmeros problemas sérios que levam a infertilidade, como alterações tubárias, endometriose, baixa qualidade dos óvulos e alteração importante do sêmen. É um tratamento de alta tecnologia em reprodução humana.As etapas da FIV são: a indução da ovulação, a captação dos óvulos, a coleta dos espermatozoides, a fertilização no laboratório (os embriões se desenvolvem no laboratório por 3 a 5 dias)  e a transferência dos embriões (eles são transferidos para dentro do útero da mulher). Este procedimento é realizado com um catéter delicado e não há necessidade de anestesia. O teste de gravidez é feito após 9 a 11 dias.




Percebendo qualquer dificuldade o casal deve procurar o médico ginecologista, primeiramente, e relatar os problemas apresentados, para que o médico indique quais os procedimentos mais adequados e os exames que devem ser realizados!! Não espere, procure seu médico!!


Beijos, Mariana!!!





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